quinta-feira, 17 de setembro de 2009

O céu pode esperar ... ( Com cerveja.)


A história a seguir é verídica, apesar de absurda.

Foi contada por um colega de profissão e me rendeu horas de dor na bariga de tanto rir.

A explicação segue assim:



Na década de 70 havia um grupo de amigos num suburbio carioca.

Aqueles caras malandreados, boêmios, e amigos mesmo.

Dentre eles, Valtinho, Walti Cabeção, João Tenudo, Marreco eram os principais.

Um belo dia, Walti Cabeção partiu. Por complicações hepáticas e dizem as más linguas cirrose mesmo.

E no velório, seus melhores amigos foram para um bar, ao lado do cemitério para " Beber" o defunto.Walti Cabeção sempre disse que queria festa no enterro e, claro, cerveja.

Um problema na liberação do corpo fez com que o velório se estendesse, e com isso, os amigos permaneceram no bar.O que deveria ser apenas um brinde, claro, virou um porre.

Eles lembravam as histórias da juventude e riam. Walti cabeção era um ícone. Um boa praça, bom marido ( na medida do possível), bom amigo.

As histórias eram sempre alegres.

Os amigos bebiam, riam, choravam a saudade do amigo.

Algumas horas depois, alguém veio até o Bar chamá-los. O corpo de Walti Cabeção havia sido liberado.

João Tenudo saiu do Bar carregando 2 garrafas de cerveja. Era pra mandar junto ao caixão.

Chegaram na sepultura causando aquele furduncio.

Dona Emilia, a viúva, apenas chorava. E por incrível que possa parecer, permitia sem o menor pudor aquela manifestação.

João Tenudo já chegou " calibrado", mandando abrir o caixão.Os coveiros olharam para a viuva, que permitiu com a cabeça.

João iniciou o discursso:


- Vai com Deus meu irmão. Mas, leve essas geladas aqui com você, já que a gente não sabe se no céu tem a nossa cervejinha, né?



E chorando, colocou as duas cervejas dentro do caixão.

Ao longe, ouvia-se um murmurinho estranho, um dá licensa meio torto.

Era, Valtinho, que tropego, chegava carregando mais 4 garrafas.


- Peraê!!!!! Aêêêeee... esperaaaaaaaaaaaaa


E passando por cima das sepulturas vizinhas, esbarrava nas pessoas que acompanhavam o cortejo com pressa.


- Waltiiiiiiiiiiiiiiiiiii...não vai não Waltiiiiiii... Ô Emiliaaaa... Querem mandar o Walti embora Emilia....


Dona Emilia , coitada, era mesmo uma santa. Além de aturar as cachaçadas do marido, ainda aturava os amigos.

E nem quando o pobre descansou, eles a deixaram em Paz.


- Emilinhaaaaaaa... Sic....Manda abrir a casinha dele de novo, Emilinha..... gritava Valtinho sem pudor.


Dona Emilia, já sem graça, pediu novamente com a cabeça para que os coveiros abrissem o caixão.


- Leva mais quatro Walti... Leva mais quatro, por que duas não vai dar não. Lá em cima tem o Cabresto, O Zé Lira, o Altairzinho e o Seu Tonho ... Duas não dá!!!!!


E com isso , colocou mais quatro garrafas de cerveja no Caixão do Walti Cabeção


.-Agora pode fechar, Emilinha!!! Vai com Deus , meu irmão. Mas, deixa " nós" aqui, tá? "Nós" tá sem pressa de subir. Já tem gente demais lá em cima pra te fazer companhia...dá até pra jogar uma biribinha.

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